Samba 20

Compositores: Júlio Alves, Marcelo Adnet, Rafael Zimmerman, Didi Tupinambá, Américo Génesio GG e Daniel Paixão

A Vila desponta, o medo confronta

Afronta esse chão sombrio

Quem sabe rezar, melhor começar 

Meu povo dá arrepio

O maquinista do trem, um rabugento sem par

Parece alma do além, começa a desembestar

Não sei se ainda tenho coragem 

Mas vou ver nessa viagem 

Se alguém pode me emprestar

Chega na mata e o condenado freia

A noite de lua cheia me traz calafrio 

Ouço um grito alucinante

Que faz tremer sem sentir frio

 

EU VI, VI LÁ 

UM FANTASMA PASSAGEIRO

QUE PENSOU SER MARINHEIRO 

MAS NÃO SABIA NADAR 

ENFEITIÇADO, QUASE QUE SE AFOGA

SAMBANDO SE JOGA NO RIO OU NO MAR

 

Gaiola encantada na beira da praia

E a alma penada do nada desmaia 

O trem descarrilha em meio a fumaça

Estou uma pilha e o medo não passa 

Cruz credo! Mais um susto e um gemido 

Malassombro atrevido 

Credo em cruz, mas que pavor

Meu Deus, tenho sangue no pescoço 

Eu ainda sou tão moço 

Acelera condutor

Ôôô… Por temor ou por capricho 

Vou mandar soltar o bicho

Essa avenida é minha

Ôôôô… Deixa o caldeirão ferver

E se a bruxa aparecer 

Acabou, é fim da linha

 

O TAMBOR DA VILA TEM FEITIÇO

TÔ POR CONTA DO CATIÇO, QUERO VER SEGURAR 

SE ESTA NOITE O APAVORO TOMA A PISTA

QUEM TEM ALMA DE SAMBISTA 

NINGUÉM PODE ASSOMBRAR

FALE COM O PRESIDENTE