Autores: André Diniz, Serginho 20, Carlinhos do Peixe e Carlinhos Petisco
Intérprete: Tinga
Sangue caliente" corre na veia
É noite no Império do Sol
A Vila Isabel semeia
Sua poesia em "portunhol"
E vai... buscar num vôo à imensidão
"Dourados" frutos da ambição
Tropical por natureza
Fez brotar a miscigenação
"Soy loco por tí, América"
Louco por teus sabores
Fartura que impera, mestiça mãe terra
Da integração das cores
Nas densas "Florestas de cultura"
Do sombrero ao chimarrão
Sendo firme, "sin perder la ternura"
E o amor por este chão
Em límpidas águas, a clareza
Liberdade a construir
Apagando fronteiras, desenhando
Igualdade por aqui
Arriba, Vila!
Forte e unida
Feito o sonho do libertador
A essência latina é a luz de Bolívar
Que brilha num mosaico multicor
Para bailar "La Bamba", cair no samba
Latino-americano som
No compasso da felicidade
"Irá pulsar mí corazón"
Sinopse do Enredo
Introdução
A Vila Isabel, ao apresentar seu enredo, lança um grito de alerta pela preservação e afirmação da identidade cultural latino-americana. A homenagem que faremos ao povo que habita essa longa faixa de terra que vai da Península do Yucatán à Terra do Fogo busca resgatar nossas raízes culturais, que estão fincadas nos povos pré-colombianos e na formação do mestiço, elemento que une as tradições branca, negra e indígena.
"Soy Loco Por Tì, América: A Vila canta a Latinidade é, antes de tudo, uma apaixonada declaração de amor às nações latino-americanas, reforçando os laços de similaridade cultural que nos une, compondo um imenso mosaico, caracterizado pela riqueza e diversidade das práticas e representações de seus costumes. Assim, contaremos um pouco de nossa trajetória e mostraremos os traços comuns de nossas manifestações culturais.
Nesse início de século XXI, o Brasil desponta como o único artesão possível da verdadeira mundialização, menos excludente e mais humanitária e igualitária. Daí a afirmação de que "o melhor do Brasil é o brasileiro", o único ser provido das mágicas necessárias a fazer o movimento de construção de "única pátria humana". Entre tais mágicas que nos possibilita a liderar tal tarefa, podemos mencionar a nossa tolerância, a brandura de nossos costumes, a nossa tropicalidade, o nosso caráter cultural antropofágico, o nosso sincretismo, o nosso sentimento anti-xenófobo em relação ao estrangeiro e a alegria simples que temos diante das nossas inúmeras adversidades. Portanto, a nação brasileira conseguirá transformar em realidade o sonho de Simón Bolívar - o grande libertador - que um dia pensou em transformar todo o Novo Mundo em uma só nação livre com um só vínculo que ligasse suas partes entre si e com o todo. A América Latina seria o espaço da Liberdade, da Esperança e do Futuro.
Sinopse do enredo
Hoje a Vila é um grito que clama, um revolucionário canto que chama, unindo em vozes continentes, num brado forte de luta, que conclama toda a América Latina, a formar um só povo, a cantar um mesmo hino.
É o samba que vem juntar os elos dessa corrente, formando veias entrelaçadas, onde corre o mesmo sangue caliente, sangue que forjou o seu povo forte e valente, e que através do tempo, se derramou em defesa da terra, na resistência pela identidade de sua gente.
Em cores, sons, ritmos e sabores, como delírio, o sonho enreda a história e voa livre, altaneiro, como o condor pelo azul do céu, fazendo resplandecer seus "Impérios do Sol", templos de ouro, cidades mágicas, aldeias selvagens, a fundir céu e terra, homem e natureza.
Paraíso profanado a ferro e fogo, pelos grandes olhos claros da cobiça de além-mar. Senhores da guerra, cavaleiros da cruz e da espada, a ceifar mitos e crenças, páginas de dor, escritas de sangue e suor.
Abençoada Mãe Mestiça, América! Que acolheu em seu seio farto e fértil, a pele escura da distante África, a força do trabalho a produzir riquezas em nome Del Rey e da fé, criando um "mundo novo no novo mundo". Pátria do Pau-Brasil, República das Bananas, Ilhas de Açúcar, Impérios do Café.
América Latina que fez da mistura um tempero forte de coragem e bravura, redesenhando seus traços, colando pedaços, fez-se mosaico multicor, teceu a fibra de seu caráter, o coração alado, espírito indomável de liberdade, de alma serena e tolerante, tropicaliente e morena.
Deus salve a América Latina!!! Bendita és entre todas as nações!!! Glorificamos sua diversidade, louvamos seus heróis, líderes, poetas, seu povo, suas virtudes e pecados, de cima, do lado e de baixo do Equador.
Hoje o Brasil apaga as fronteiras e num poema em "portunhol", busca a rima mais bela e canta a latinidade. Somos um por todos, todos por ela, América Latina, do sangue e da paixão, o "Tica-Tica-Bum" que bate forte e loco no compasso do coração, pulsando o orgulho mestiço, unindo os povos latinos, formando uma só nação, Pátria Humana Única, na igualdade de viver, na liberdade de ser, na fraternidade de dar e receber.
E a Vila Isabel, Libertadora, faz do sonho de Bolívar a realidade, na mágica do carnaval. Um "jeitinho brasileiro" promovendo a integração como se fosse bailar La Bamba, vem temperar seu samba, com "salsa", "mambo" e "merengue", arriscando um paso doble de "tango", balançando na "rumba" e na "conga", numa mistura original. E, ao se coroar de forma diferente, colorida e tropical, numa hola de alegria, bate orgulhosa no peito dizendo: Soy Loco por Tí, América e Vila la Revolución!!!
Alexandre Louzada, Alex Varela e Martinho da Vila